Toda Ansiedade Merece Um Abraço, por Alexandre Coimbra Amaral – Um livro sobre ansiedade, acolhimento e autenticidade..

Há livros que nos instruem, outros que nos desafiam, e há aqueles que nos acolhem. Toda Ansiedade Merece Um Abraço, de Alexandre Coimbra Amaral, pertence a essa última e preciosa categoria: é um livro que nos toma pela mão, nos olha nos olhos e, com ternura, nos diz que está tudo bem sentir.

Logo nas primeiras páginas, percebe-se que não se trata de mais um manual psicológico ou um guia de autoajuda cheio de receitas prontas. Não há ali o peso do diagnóstico nem a rigidez da prescrição terapêutica. O que Alexandre oferece é algo mais sutil, mais necessário e infinitamente mais humano: um espaço seguro. Com uma escrita acessível, fluida e poética, ele transforma a complexidade da ansiedade em algo possível de ser compreendido e, sobretudo, acolhido.

Há uma compaixão em cada palavra, como se o autor estivesse sentado ao nosso lado, oferecendo não respostas, mas escuta. Ele nos convida a abandonar a lógica da expulsão da ansiedade, esse impulso de querer arrancá-la do corpo a qualquer custo, para, em seu lugar, abraçá-la. Sim, abraçá-la. Olhá-la com empatia. Entendê-la como um sinal, uma tentativa do nosso corpo de nos dizer algo, e não como um inimigo a ser combatido.

Alexandre nos propõe uma mudança de paradigma: e se, em vez de tratar a ansiedade como um fim, a víssemos como um começo? Eis a chave de ouro do livro, que se revela na frase que encerra a obra:

“Porque todo este livro foi escrito para te dizer uma só frase: a ansiedade pode querer te impor a certeza de um fim, mas você tem a capacidade de convidá-la a ser um começo. Quando a ansiedade se transforma em um começo, a jornada que se segue é a da insistência em fazer da vida um lugar autêntico. E a autenticidade é, talvez, a casa onde repousa o sentido maior de existir.”

Não se trata, portanto, de um livro sobre ansiedade que pretenda resolver ou curar, e talvez aí resida sua maior força. Toda Ansiedade Merece Um Abraço propõe uma mudança de olhar: em vez de guerrear contra o que sentimos, podemos aprender a escutar. Em tempos em que tudo nos exige performance e prontidão, o convite à autenticidade soa quase subversivo. Alexandre nos lembra, com palavras simples e densas, que viver com verdade pode ser o gesto mais lúcido diante do desconcerto do mundo.

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