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Ainda assim eu me levanto — A Voz Inquebrantável de Maya Angelou

Você pode me riscar da História

Com mentiras lançadas ao ar.

Pode me jogar contra o chão de terra,

Mas ainda assim, como a poeira, eu vou me levantar.


Minha presença o incomoda?

Por que meu brilho o intimida?

Porque eu caminho como quem possui

Riquezas dignas do grego Midas.


Como a lua e como o sol no céu,

Com a certeza da onda no mar,

Como a esperança emergindo na desgraça,

Assim eu vou me levantar.


Você não queria me ver quebrada?

Cabeça curvada e olhos para o chão?

Ombros caídos como as lágrimas,

Minh ’alma enfraquecida pela solidão?

Meu orgulho o ofende?

Tenho certeza que sim

Porque eu rio como quem possui

Ouros escondidos em mim.


Pode me atirar palavras afiadas,

Dilacerar-me com seu olhar,

Você pode me matar em nome do ódio,

Mas ainda assim, como o ar, eu vou me levantar.


Minha sensualidade incomoda?

Será que você se pergunta

Porque eu danço como se tivesse

Um diamante onde as coxas se juntam?


Da favela, da humilhação imposta pela cor

Eu me levanto

De um passado enraizado na dor

Eu me levanto

Sou um oceano negro, profundo na fé,

Crescendo e expandindo-se como a maré.


Deixando para trás noites de terror e atrocidade

Eu me levanto

Em direção a um novo dia de intensa claridade

Eu me levanto

Trazendo comigo o dom de meus antepassados,

Eu carrego o sonho e a esperança do homem escravizado.

E assim, eu me levanto

Eu me levanto

Eu me levanto.

Maya Angelou


Capa do livro Poesia Completa, de Maya Angelou, com fundo cinza e retrato estilizado da autora sorrindo, em destaque com letras vermelhas. Publicação da Astral Cultural.

Este poema é uma das joias de Maya Angelou, uma das escritoras mais poderosas e inspiradoras que já conheci. Tive o privilégio de me deparar com ele nas páginas de Maya Angelou: Poesia Completa, livro que ganhei de uma amiga muito querida — um presente raro e perfeito. Foi minha primeira leitura de poesia, e que estreia maravilhosa! Maya me abriu as portas de um universo que eu desconhecia: o da palavra como força, como cura, como afirmação de existência. Que este poema provoque em você o mesmo encantamento que provocou em mim, um convite irrecusável para mergulhar no mundo intenso, luminoso e transformador de Maya Angelou.



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Se você chegou até aqui, muito obrigado pela companhia. Meu nome é Pedro Sucupira, sou professor, pesquisador em formação e um curioso incansável. Amo estudar, ler e, recentemente, descobri o prazer inescapável da escrita. Sou um explorador apaixonado por literatura, comportamento humano, sociedade e por tudo que toca os campos da ciência e da saúde.

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No Skoob, como Pedro Sucupira, onde compartilho os livros que li, estou lendo e pretendo ler.

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