O Cemitério, de Stephen King – Resenha crítica sobre luto, medo e horror existencial
- Pedro Sucupira
- 8 de jun.
- 2 min de leitura
Atualizado: há 2 dias

O Cemitério, escrito por Stephen King e publicado originalmente em 1983, é uma obra sombria, melancólica e profundamente mórbida. A escrita é simples e fluida, como costuma ser nas obras do autor, mas o desenvolvimento da trama é um tanto lento. Em diversos momentos, King se detém em explicações excessivamente detalhadas, o que, a meu ver, poderia ter sido evitado. Não chega a comprometer a leitura, mas torna alguns trechos arrastados e, por vezes, pouco interessantes.
Apesar dessa lentidão pontual, os momentos de clímax, os mistérios e os dramas familiares compensam. A atmosfera é pesada e King tem uma habilidade impressionante de construir tensão emocional e psicológica a partir de situações cotidianas que se desdobram em horrores existenciais.
Tendo assistido ao filme lançado em 1989 antes da leitura, senti que boa parte da surpresa se perdeu. O enredo do longa é bastante fiel ao livro, o que reduziu o impacto de certos acontecimentos. A antecipação do que viria me afastou um pouco da magia do mistério. Ainda assim, o livro oferece algo que o filme não alcança: a profundidade dramática das personagens e uma descrição mais crua e sensível do sofrimento que elas enfrentam. A dor, a perda, o luto, tudo é explorado de maneira densa, quase didática, e isso intensifica o peso emocional da história.
Por isso, recomendo fortemente que se leia o livro antes de ver qualquer adaptação. É uma experiência mais completa, mais visceral. Apesar de suas imperfeições, O Cemitério é uma leitura impactante, que nos confronta com a fragilidade da vida e a recusa da morte, e que, como toda boa obra de horror, nos assombra muito além da última página.

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