Deus, um delírio. Richard Dawkins.
- Pedro Sucupira
- 1 de fev. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 16 de out. de 2023
Richard Dawkins é um etólogo, biólogo evolutivo, escritor e ateu declarado e nesse livro ele defende de forma bastante incisiva ideias humanistas, seculares e ateias. Com uma escrita de fácil entendimento e uma narrativa fluída, Dawkins apresenta em dez capítulos argumentos, fortemente embasados em evidências científicas, lógica e retórica, que refutam tudo o que se diz religião, sobrenatural e Deus.
O livro se inicia questionando o caráter irrefutável da religião.
“Por que se acha que Deus precisa de uma defesa tão feroz? Era de esperar que ele fosse amplamente capaz de tomar conta de si mesmo”
Aqui o tabu “religião não se discute” não existe. Dawkins esmiuça esse senso comum de que Deus e religião são incontestáveis, um mecanismo criado e sustentado principalmente pelas religiões monoteístas ao longo dos séculos para sua autoproteção, e abre espaço para um debate de ideais baseado em evidências.
Os capítulos seguintes abordam uma das grandes questões da humanidade, a existência de Deus. Dawkins apresenta os argumentos a favor da existência de Deus, divulgados amplamente por lideres religiosos, e refuta cada um de forma magistral. Outros tópicos como a religião e suas raízes e o porquê essa não é essencial para a humanidade, a veracidade e a sacralidade da bíblia e o porquê não podemos basear nossa moralidade nela, bondade/ser bom não está vinculada a existência de Deus são discutidos a partir de argumentos históricos, sociológicos, antropológicos, psicológicos e evolutivos. Em momento algum a fé é usada como embasamento para argumentos.
E para finalizar, Dawkins fala sobre a imposição da religião, por parte da família, às crianças e como isso se configura como abuso físico e mental.
“Uma criança não é uma criança cristã, não é uma criança muçulmana, mas uma criança de pais cristãos ou uma criança de pais muçulmanos. Uma criança que ouve que é ‘filha de pais muçulmanos’ perceberá imediatamente que a religião é algo que cabe a ela escolher, ou rejeitar, quando tiver idade suficiente para tal.”
Esse é um livro polêmico do início ao fim. Em alguns momentos era como se eu estivesse em um debate/julgamento caloroso, de causar arrepios, e claro os defensores da fé, da religião e Deus saem perdendo.
Por mais que seja um livro fácil de ler, ele é ao mesmo tempo denso devido a quantidade enorme de informações. Então acredito que não seja um livro para leitura de descanso, mas sim um livro de estudos, que mereça um pouco mais de dedicação.

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Para quem chegou até aqui, eu me chamo Pedro Sucupira e sou um professor pesquisador em formação e curioso de um tanto que você não faz ideia. Amo estudar, não é atoa que não aguentei somente fazer o doutorado e já ingressei no curso de filosofia. Sou um descobridor, apaixonado por literatura, comportamento humano, sociedade e tudo o que envolve ciência.
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